Hoje foi feriado na Nigéria. Celebra-se o último dia do Ramadão.
Para os interessados nestas coisas: a Nigéria, país mais populoso de África, com mais de 140 milhões de habitantes, divide-se religiosamente quase ao meio, sendo metade, a do Norte, seguidora do Corão enquanto a outra metade, no Sul, é cristã, nas suas várias denominações (católicos, protestantes, baptistas e muitos outros istas). A coisa não é bem, bem, ao meio, porque ainda existem umas franjas de ateus, muito poucos, de aninmistas e de outras seitas misteriosas, mas tudo junto não deve perfazer mais de 10% do total.
Ou seja, estamos a falar de cerca de 70 milhões de muçulmanos. E muçulmanos convictos. Pelo que se justifica plenamente feriar no fim do Ramadão.
Abuja está implantada em zona islâmica do país, mas como capital que é acaba naturalmente por atrair pessoas de todas as religiões. Que convivem saudávelmente e sem sobressaltos, confusões ou atropelos.
Como prova física desse convívio, o skyline da cidade é em grande parte dominado por dois grandes e brilhantes (literalmente) edificios, a mesquita central e a igreja ecuménica e interconfessional. Nas fotos.No meio de muita confusão, violência, corrupção e de desequilibrios sociais profundos, a Nigéria dá lições e é um exemplo em matéria de tolerância e respeito religioso. Chapéu.
Ps. Os mais atentos podem interrogar-se o que significam então umas notícias de episódios recorrentes de carnificinas entre cristãos e muçulmanos. Num país de 140 milhões, há sempre excepções a confirmar a regra, mas a esmagdora maioria desses episódios, sempre concentrads nas mesmas zonas, tem muito mais a ver com disputas de vizinhança, ódios antigos e pela terra, entre as populações indígenas e migrantes internos, do que motivações religiosas.
Querido João
ResponderEliminarGosto muito destas tuas" aulas",tão bem explicadas. Manda mais.
Bjs Geninha