

Le "blog" que reúne aquele sentimento "je ne sais quoi" da nossa família Cabral, nesta era da tecnologia e informação, onde se pode estar muito perto mesmo estando longe. Aproveitem!!!
Logo para começar, o acto de andar a pé pela rua não é aqui uma actividade assim muito estimulante. Não há passeios em ordem, em regra está um calor dos diabos, o risco de sermos esmigalhados por um condutor louco e desabrido espreita a todas as esquinas, todos os táxis (...) vazios colam-se ao nosso lado a buzinar desesperadamente, na convicção de que nós andamos distraídos, porque o que efectivamente queríamos era o refúgio (?) tranquilo (??) e fresco (???) de um taxi, e por aí fora.
Depois, e agora vou ser um pouco politicaly incorrect, um branco a passear a pé por abuja passa tão discretamente como um elefante de tutu a dançar o lago dos cisnes. Sem música. E quando nos apercebemos de milhares de olhos muito brancos a focarem-nos a uma distância gradualmente menor, nunca temos a certeza se querem ser apenas nossos amigos – allô master - , se nos querem vender algum coisa (grande parte do comércio faz-se nos cruzamentos engarrafados), se nos querem pedir alguma coisa, ou se nos querem pedir alguma coisa muito, muito enfáticamnte, daquela mneira que uma pessoa se sente disposta a dar logo tudo. Sem pestanejar.
Se a isso juntarmos uma máquina fotográfica em punho, deixamos de ser um elefante, passamos a ser um elefante em equilibrio num monociclo. E a última daquelas hipóteses de abordagem ganha uma nova dinâmica. Ou se calhar querem só mesmo ser figurantes. Ou querem vender a sua figuração.
E depois, ainda não consegui perceber muito bem ao fim deste tempo todo como é que estes tipos reagem ao facto de estarem a ser fotografados. Os chineses estavam-se perfeitamente nas tintas. Robbialac, Dyrup, todas. Com estes, tenho a sensação bem diferente de que posso rapidamente borrar a pintura. Pelo menos.
Tudo isto só para explicar qua as minhas fotografias dabuja são em regra sem pessoas, e quando metem pessoas são tiradas assim um pouco a correr, para não dizer a sprintar, tipo saca máquina do bolso, aponta, NÃO foca, NÃO enquadra, dispara, guarda a máquina no bolso, baza. Ou então, tiradas duma distância considerável, numa boa e discreta zoomada.
Mas é muita divertido.....
ps, parabéns a todos os recentes aniversariantes, Marta, Duarte Texugo (?), Vasco e Gonçalo.
Hoje foi feriado na Nigéria. Celebra-se o último dia do Ramadão.
Para os interessados nestas coisas: a Nigéria, país mais populoso de África, com mais de 140 milhões de habitantes, divide-se religiosamente quase ao meio, sendo metade, a do Norte, seguidora do Corão enquanto a outra metade, no Sul, é cristã, nas suas várias denominações (católicos, protestantes, baptistas e muitos outros istas). A coisa não é bem, bem, ao meio, porque ainda existem umas franjas de ateus, muito poucos, de aninmistas e de outras seitas misteriosas, mas tudo junto não deve perfazer mais de 10% do total.
Ou seja, estamos a falar de cerca de 70 milhões de muçulmanos. E muçulmanos convictos. Pelo que se justifica plenamente feriar no fim do Ramadão.
Abuja está implantada em zona islâmica do país, mas como capital que é acaba naturalmente por atrair pessoas de todas as religiões. Que convivem saudávelmente e sem sobressaltos, confusões ou atropelos.
Como prova física desse convívio, o skyline da cidade é em grande parte dominado por dois grandes e brilhantes (literalmente) edificios, a mesquita central e a igreja ecuménica e interconfessional. Nas fotos.No meio de muita confusão, violência, corrupção e de desequilibrios sociais profundos, a Nigéria dá lições e é um exemplo em matéria de tolerância e respeito religioso. Chapéu.
Ps. Os mais atentos podem interrogar-se o que significam então umas notícias de episódios recorrentes de carnificinas entre cristãos e muçulmanos. Num país de 140 milhões, há sempre excepções a confirmar a regra, mas a esmagdora maioria desses episódios, sempre concentrads nas mesmas zonas, tem muito mais a ver com disputas de vizinhança, ódios antigos e pela terra, entre as populações indígenas e migrantes internos, do que motivações religiosas.
Olá família!
NiHao!!!!!
Há muito tempo ausente. Demais.
Razões: muitas. Não interessa.
Interessa que estou de regresso. E cheio de vontade.
Para não mais partir, mesmo que me peçam, todos em coro e muito, muito empenhadamente.
Ainda para mais a ligação à internet melhorou consideravemente nos últimos tempos, já não consigo ver o telejornal enquanto abro cada página. Estonteado com a supesónicavelocidade.
Pode não haver imaginação ou forças para escrita. Mas fotos vêem aí em profusão. Vai ficar tudo embujado com as fotos. Abujardado. Completamente nigeriado.
Por hoje, simbolicamente, apenas uma, a imagem das Portas de Abuja. Umas portas de brandenburgo cá do sitío.
Beijinhos e abraços
João
Ps. Associo-me a todos os parabéns dos passados meses de silêncio. Com destaque para o de hoje, por ser hoje e porque a Pilar, entre muitos e consideráveis atributos, a começar por ser minha afilhada, leva sem dúvida e em parceria com a Luisinha, o prémio de Pilares do Blogue. Sempre com a minha imensa admiração.